Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA

1 de set. de 2025

Os créditos finais

Foto: Valéria del Cueto. Imagem protegida pela lei 9610/1998

Os créditos finais

Texto e foto  Valéria del Cueto

Um dia, e sinto que será em breve, essa história vai virar filme. Daqueles de suspense, com toques psicológicos e referências hitchcockianas dirigido por alguém com o estilo, por exemplo, de Bruno Bini, cineasta mato-grossense que arrebentou o Festival de Gramado ganhando quatro Kikitos!

O roteiro da futura película cheio de meandros e detalhes nos obrigará a manter os olhos grudados na tela. A atenção ficará voltada aos diálogos e às sequências de onde, certamente, surgirão pistas que levarão ao clímax da obra com a elucidação do caso antes, se possível (o que nem sempre acontece), do take derradeiro e o começo dos créditos.

Estes, os créditos finais, não serão breves enquanto durarem. Virão longos, repletos de nomes conhecidos não apenas pelos técnicos e a chamada turma do cinema, a que costuma ficar na sala escura para saudar e aplaudir com o reconhecimento no olhar os ocupantes de cada função na execução do projeto cinematográfico.

Para quem não sabe (porque só vê aquele monte de letrinhas subindo velozes num cantinho das telas das TVs dos streamings) por ali passa por seus olhos a ficha técnica do filme. Nela, aquela correria desenfreada, aparecem informações que revelam ao público por quem, como, quando e onde foi realizada a obra que assistimos.

Se a informação é democrática no conteúdo, o mesmo não se aplica a forma. Existem nomes que aparecem em cartelas únicas. Isso é definido, inclusive, em contratos entre profissionais, empresas e os responsáveis por levar o produto audiovisual às telas. Patrocinadores produtores, diretores e os cargos mais importantes da equipe técnica merecem mais destaque. Assim como os atores principais. Para o restante do elenco pode ser usada uma lista em ordem alfabética ou de aparição.

Na sequência vem a equipe técnica engatada, talvez, num carrossel em que os nomes vão desfilando pela tela divididos por setores e funções. Da criação à finalização, passando pelo desenvolvimento do projeto, a produção, execução, pós produção, distribuição...

Quem participou do filme tem seu nome ali registrado. Do mais importante figurão ao mais humilde trabalhador e as empresas que prestaram serviços. É pouco? Não. Ainda faltam os agradecimentos a todos os que, de uma maneira ou de outra, colaboraram, apoiaram e de alguma forma, incentivaram sua realização.

No cinema, sou daquelas que fica até o fim dos créditos. Espero as luzes acenderem e a tela apagar. Sei que ali estão informações importantes e surpresas que aumentam ainda mais o prazer que a obra cinematográfica me proporciona.

Sempre foi assim. Pensa, por exemplo, no prazer de procurar o nome do meu pai em filmes como “Janete” de Chico Botelho; “Avaeté semente da vingança”, de Zelito Viana; “Memórias do Cárcere” e “Estrada da Vida”, de Nelson Pereira dos Santos... Cito apenas obras do início de sua carreira quando o coronel foi para a reserva do Exército e pode, finalmente, cair dentro do mundo das artes oficialmente. Sei que ele vai dizer que não foi bem desse jeito, mas é como me lembro de criança.

Na memória cinematográfica familiar adolescente também surge o filme de Geraldo Miranda “Um brasileiro chamado Rosaflor”, com Joana Fomm e Stepan Nercessian, em que Lucia, minha mãe, fez a cenografia, e passa por uma incrível viagem de prospecção sobre a Retirada da Laguna, com Nelson Pereira dos Santos e uma equipe cinematográfica, por Mato Grosso (ainda uno) e pelo Paraguai.

Esses créditos não vi nos filmes, porque o projeto da Guerra do Paraguai nunca foi em frente e não se tem notícias do filme de Geraldo. Se existe uma cópia nem desconfio qual é o seu paradeiro. Achei a informação da equipe técnica na Cinemateca Brasileira.

Se hoje fazer cinema é um sonho realizável de muitos, na época, década de 1970, era maluquice quixotesca de poucos. Cresci no meio dessas viagens cinematográficas. Por isso, os créditos, para mim, são um filme dentro do filme. Nele me reconheço por afinidade.

E é por ela, a afinidade, que nos vejo na imensa lista de nomes que finalizará o filme do julgamento que paralisa o Brasil agora em setembro. Não é preciso ser vidente, nem estatístico de instituto de pesquisa, para afirmar que sua audiência será maior do que a dos capítulos da morte de Odete Roitman da novela Vale Tudo, a original.

Nesse futuro sucesso do cinema nacional, seja como personagem, técnico cinematográfico, ou nos agradecimentos deveriam constar, nas cartelas de encerramento, os nomes de cada brasileiro que participam ativamente da vida em sociedade de nossa nação.

Uma sugestão pra você, leitor que me segue no rumo do Sem Fim: espere os créditos finais e os acompanhe atentamente para, então, aplaudir de pé o filme “Brasil 2025, o julgamento”.

Ele começou a ser produzido há alguns anos e todos fazemos parte dessa equipe. Afinal, certamente, somos peças atuantes no tabuleiro do jogo registrado nessa aventura desde que depositamos os votos, deixando nossas escolhas registradas, nas urnas espalhadas por todo o país nas eleições presidenciais de 2022...

*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Da série “Não sei onde enquadrar” do SEM FIM...  delcueto.wordpress.com




 

Studio na Colab55

19 de ago. de 2025

Não fui eu

Não fui eu

Texto e foto  Valéria del Cueto

Ando correndo de problemas. Mas, parece, eles correm atrás de mim! Não só da minha humilde pessoa. De todos que tentam olhar o mundo com uma certa sensatez. Quando posso, desvio dos embates. Pelo menos, dos pequenos.

Usando as armas do arsenal valeriano: a caneta e um caderninho (novo!!!), me encarapitei na rede da varanda pronta para desenrolar mais uma crônica no meio do mundo. Eis que escuto o som do motor do cortador de grama... Como é domingo, dia de jogo do Mengão contra o Inter, estou determinada a não entrar em demanda e guardar as energias pra partida de logo mais.

Solução? Seguir o conselho do velho ditado “os incomodados que se mudem” e levantar acampamento em direção da cascata que jorra água na piscina vazia, do outro lado da casa. Que receba o primeiro respingo quem se arrisca a um mergulho nessa friaca. No máximo, uma ducha assustada e rapidinha no veranico que se aproxima.

O barulho da água batendo no cimento e escorrendo em direção ao ralo aberto abafa o som do motor da roçadeira. De lambuja fica no ar o cheiro da grama recém aparada do outro lado do rio que invade a atmosfera e quase me desvia do objetivo inicial do texto: os problemas meus, seus e nossos. Aqueles que não podemos solucionar nem, tampouco, ignorar.

Uns alheios a nossa realidade próxima como o genocídio incontrolável na Palestina, os conflitos na África, Asia e Europa, pra começar.

Outros aqui, embaixo dos nossos narizes, provocados por atitudes voluntárias e com sérias consequências. Como enfrenta-las? Em que momento devemos apenas observar, se omitir ou agir?

Que a maré não está para peixe, os ânimos pra lá de exaltados e os acontecimentos se sucedendo sem previsão ou controle de danos, é evidente.

Todos os estímulos nos levam a excessos. Comprar mais, postar mais, se expor mais... mesmo quando não temos nada a acrescentar. Simplesmente para mantermos o “engajamento”. E tem os cortes!

Então, o mundo fica atolado num lamaçal de tolices que camuflam e diluem o que é, realmente, essencial e digno de ser notado, devidamente registrado e, se possível, solucionado.

Se possível porque algumas ações são, a princípio, incorrigíveis.

Um exemplo que assombra e assolará a população cuiabana por um tempo é a eleição do atual prefeito.

Ao escolhe-lo fizeram um bem enorme à Câmara dos Deputados, apesar de sua função a frente da prefeitura de Cuiabá não ter garantido sua ausência total no cenário federal. Ele esteve presente, por exemplo, pra se solidarizar no deplorável episódio da tomada da mesa diretora e do plenário que visava impedir - e chantagear – o ordenamento da pauta dos trabalhos da casa.

O que não é bom para o Brasil não tem sido proveitoso a Cuiabá. A capital de Mato Grosso pagará caro por sua escolha. Seus habitantes sofrerão por alguns anos os reflexos do resultado das urnas eleitorais.

Todos, todas e todes são testemunhas e vítimas do equívoco do jeito de governar adotado pelo atual mandatário. Foi em frente a prefeitura que ele passou mais um recibo do desempenho de sua gestão, vital para o cotidiano da cidade.

Ao apagar as palavras artisticamente escritas num tapume mandou, mais uma vez, a liberdade de expressão (defendida ferozmente como um mantra por sua corrente política) às favas e confundiu a arte popular do grafite com a contravenção da pichação.

Como jurei desviar de problemas, não farei um registro do conjunto da obra que se desenvolve pros lados do Palácio Alencastro.

Foi a maioria do eleitorado da antiga Cidade Verde que decidiu seu destino até 2029! Nas próximas eleições que as escolhas sejam melhores, cuiabanos. Mais cuidadosas para com a urbe que os abriga.

Pra ilustrar a crônica, agora sim, uma piXação (essa, com X) que viralizou nos muros, paredes e tapumes há um tempinho aqui no Rio com uma mensagem sem distinção de gênero.

Sabe o que ela dizia? “NÃO FUI EU”.

E tenho dito...

*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Da série “Parador Cuyabano” do SEM FIM...  delcueto.wordpress.com

Studio na Colab55

28 de jul. de 2025

Portela carnaval 2025 desfile 250304

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Portela carnaval 2025 desfile 250304

A Portela encerrou na terça-feira, 04 de março de 2025, os 3 dias de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do carnaval carioca, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, Rio de Janeiro.

Com o enredo "Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol - Uma homenagem a Milton Nascimento", dos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga, a  escola de samba ficou em quinto ligar no carnaval 2025. 
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Agradecimentos a Mestre Nilo, ritmistas da Tabajara do Samba, componentes da Portela, à Liesa, Rio Carnaval e Riotur.

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22 de jul. de 2025

Achados e sempre encontrados - crônica de Valéria del Cueto

Achados e sempre encontrados

Texto e foto  Valéria del Cueto

É com letrinhas apertadas e diminutas que desenho esse texto fim de caderninho. É assim ou terei que inaugurar uma nova prática depois de tantos cadernos findos de escrevinhação. A de começar uma crônica num volume e termina-la inaugurando um novo caderninho.

Vim tão distraída que nem reparei as poucas páginas que faltavam para passar deste para um igual, com capa diferente. O que não poderia ser melhor. Do jeito que está, está bom demais!

Estabelecida e registrada a troca do suporte em que resenho a vida que vai passando por essas crônicas, vamos ao conteúdo da vez.

Não me refiro as novidades que atravessam o cotidiano, mas a seleção dos papéis e badulaques que vou acumulando entre as folhas e a capa do caderninho que se vai e o que seguirá para o próximo.

Sempre rola uma limpa no que está engordando e dificultando o escrevinhar. A saber e pela ordem das descobertas exploratórias no montinho de lembranças:

O cartão da advogada que está cuidando da cruzada da aposentadoria (essencial até a conclusão, ainda sem previsão, do processo); um roteiro base das atualizações a serem feitas no site carmnevalerio.com; o panfleto dos serviços fotográficos onde preciso mandar fazer a manutenção do equipamento; uma receita tábua de salvação do antibiótico em caso de urgência (é só não a ter por perto que dá ruim).

Inclua na lista meus adesivos preferidos, os que nunca colo nos caderninhos que vão passando por mim. De uma loja de tatuagem; da Harley Davidson; do Caipirinha Appreciation Society, o podcast de música brasileira comandado pelo meu irmão MdC Suingue e Kika Serra, baseado em Barcelona e os urgentes mis para coisas urgentes.

Um cartão cogumelinho lindo que ganhei na praia, em Ipanema, e dois postais com fotos de vitórias-régias do pantanal de Cáceres da divulgação do projeto “História Sem Fim... do Rio Paraguay – o relatório” (pra me lembrar que ainda tem muitas aventuras pra contar dessa viagem).

Também encontrei uma relação de nomes de artistas do carnaval que trabalharam e beberam na fonte de Severo Luzardo, carnavalesco uruguaianense que brilhou em escolas de samba do Rio de Janeiro e de sua cidade, na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Ela foi feita para uma matéria que ainda não terminei sobre sua trajetória. Dela fazem parte: Guilherme Estevão, André Rodrigues, Rodrigo Meiners, Clebson, Tarcísio Zanon e Júnior Pernambucano. (A primeira providência a respeito para retornar o assunto será atualizar a lista das escolas onde os carnavalescos estão atuando pelo Brasil).

Entre os papéis, aparecem duas notas fiscais de limpeza e materiais fotográficos (essas podem ser descartadas, são de 2020!)

A próxima folha são planos de um sonho, agora, impossível. Um mega giro pela Grécia, Itália e Espanha, com uma passada em Amsterdã, abortado anos atrás, em cima da hora, por motivo de força maior. Nunca se sabe, vai que se abra uma nova janela de oportunidade.

Finalizando, caiu a ficha com a série de ginástica que sempre carrego comigo, caso a memória de atleta de academia falhe ou fique com preguiça. Basta abrir o caderninho, olhar a ficha que meus músculos vibram de vontade de malhar...

De tudo isso, pensando bem, só vou dispensar as duas notas fiscais e um dos cartões de visita porque está duplicado.

O restante, junto com o saquinho plástico da lente de aumento de máquina fotográfica (charmosa, mas que nunca lembro de juntar aos achados e sempre encontrados) e um imã marcador de páginas com caracteres japoneses, seguirá pra próxima morada entre a última folha e a contracapa do caderno que iniciarei daqui a quinze dias, caso consiga manter (o que pretendo) o ritmo das crônicas.

Dando esse texto por encerrado considero vencido o desafio de não cair na tentação de ser mais uma a tentar destrinchar os eventos relativos aos últimos acontecimentos nacionais e internacionais.

Não por incompetência, mas por reconhecer a incapacidade coletiva de previsões sobre suas consequências no que diz respeito, por exemplo, a guerra tarifária com os EUA.

No más, diante do viés politico que a mesma tomou, só posso dar minha humilde sugestão, finalizando esse texto com uma hashtag recorrente: #SEMANISTIA

Ela diz tudo!

*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Da série “Não sei onde enquadradrar” do SEM FIM...  delcueto.wordpress.com


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16 de jul. de 2025

Grande Rio carnaval 2025 desfile 250304

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(C)2025 Valéria del Cueto, all rights reserved. Imagem protegida pela lei 9610/1998

Grande Rio carnaval 2025 desfile 250304

A Grande Rio foi a penúltima escola a desfilar na terça-feira, 04 de março de 2025, encerramento dos 3 dias de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do carnaval carioca, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, Rio de Janeiro.

Com o enredo " Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas do Carimbó", dos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad, a  escola foi vice-campeã do carnaval 2025. 

Agradecimentos aos componentes da Acadêmicos do Grande Rio, à Liesa, Rio Carnaval e Riotur.

Imagens de Valéria del Cueto / acervo carnevalerio.com

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